Na manhã de 19 de novembro, os alunos do 11.º ano, dos Ensinos Regular e Profissional, assistiram, no Centro Multidisciplinar Interativo do AESL, a uma representação teatral do grupo «Sem Terra», baseada no famoso «Sermão de Santo António aos Peixes», do Padre António Vieira.
Ao entrarem, os alunos depararam-se com um cenário peculiar, de certa forma misterioso: caixas empilhadas, algumas com imagens e palavras, e fitas amarelas no chão. Estes elementos fizeram os alunos estranhar a natureza desta peça. Afinal, como é que um sermão religioso poderia ser representado com caixas de cartão, aparentemente, tão vulgares?
A resposta a esta questão chegou de forma inesperada. Ao contrário do que estávamos à espera, ou seja, um ator com vestimenta de padre, surgiram no palco dois operários (um homem e uma mulher) que, numa fábrica, tentavam preparar uma interpretação contemporânea da obra vieiriana. Embora tivessem um guião já preparado, mostravam-se indecisos quanto à escolha do ambiente ideal para transmitir a mensagem de Vieira. Enquanto discutiam sobre as possibilidades, partilharam com o auditório várias etapas do processo de criação de uma peça. Assim, entre programas de televisão, bancas de peixeiras e conversas cheias de mexericos, deram forma aos diferentes “episódios” do sermão.
Com claras referências a Vieira e num espírito muito próximo do de Gil Vicente, este teatro demonstrou que o riso continua a ser a maneira mais eficaz de criticar a sociedade, mostrando, também, que a disciplina de Português não é, afinal, monótona, podendo oferecer-nos experiências bem divertidas.
No fim do espetáculo, os elementos do teatro mostraram aos alunos as várias folhas coladas nas caixas, de acordo com a curiosidade dos espetadores, que continham imagens de pessoas, como Luca Argel, e frases sobre a colonização portuguesa, por exemplo. Assim, revelaram que nem sempre os portugueses (e outros povos) foram conquistadores, mas, sim, “monstros”, a partir do momento em que colonizaram outras terras e escravizaram os colonos. Pelo menos, aos olhos dos homens do século XXI! 
Esta atividade, dinamizada pelo grupo de Português, contou com a orientação dos docentes Dina Sarabando, Manuela Borges e Maria Henrique Paiva, tendo assistido à peça outros docentes, assim como os 147 alunos que se portaram condignamente.

Dinis Costa, Mafalda Guerra, Carolina Maia (11.°A)_Clube dos Jovens Repórteres

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