Nesta sequência de textos - crónica da reconstrução em curso, comunicado da Câmara Municipal e testemunho da vereadora Irene Guimarães – procuramos proporcionar à comunidade educativa uma visão diversificada das obras no "antes" e no "durante". Este é um processo que começou por ser de “desconstrução”, mas, cujo objetivo final é o da almejada reconstrução de um bloco oficinal digno de todos os alunos e profissionais que ali desempenharão funções nos anos vindouros.

 

AN 10 IMG 1053

28 de maio de 2020 – Crónica da reconstrução

Hoje voltamos ás obras. A paisagem vai-se alterando pouco a pouco. Os dois blocos oficinais a poente continuam de pé. Apenas desapareceu o corredor e as salas 27 e 28. O primeiro bloco oficinal foi definitivamente separado dos restantes e a sala ao fundo do “corredor das inundações” também desapareceu. Apesar de ainda não conhecermos o projeto, calculamos que boa parte dos edifícios oficinais se vão manter de pé, para serem recuperados, melhorados e reutilizados. Nas antigas salas 40 e 41 já se erguem paredes novas. Enquanto uma escavadora revela a arqueologia do sítio, uma longa broca helicoidal procura firmeza para novos alicerces. Destruição e reconstrução avançam lado a lado.

 

Paredes e histórias de pinturas


Na parede sul das oficinas, onde morava uma Mona Lisa, agora bastante desfigurada, e outros grafitos, surgiu mais uma entrada, que destruiu uma espécie de máquina voadora que por ali planava, ao lado de uns olhos esbugalhados que ainda lá estão a assistir à transformação.
A Mona Lisa e os restantes graffiti que se encontravam naquela parede e nas paredes das oficinas foram a resposta aos impulsos artísticos de muitos alunos de artes e não só. Estávamos em 2008, no ano do quinquagésimo aniversário, numa época de “febre grafiteira”. A direção da escola, em vez de impor proibições, adotou uma estratégia permissiva, com regras. Aquela parede foi decorada por alunos do então 12ºE, de Artes Visuais (disciplina de Oficina de Artes) e do 10º G do CP Técnico de Design Gráfico (disciplina de Oficina Gráfica), sob orientação e acompanhamento da professora Celeste Cerqueira.
E, ao longo dos anos, outras pinturas murais foram surgindo por aquelas paredes. Nunca houve unanimidade quanto a gostos, mas algumas eram consideradas bastante bonitas. Umas já desapareceram, outras desaparecerão com o decurso das obras. O próprio Fernando Pessoa, com seu “dai-me mais vinho, porque a vida é nada”, deve ter regressado a alguma taberna lisboeta, onde poderá vir a ser “apanhado em flagrante delitro”.


Quando saíamos, o sr. Mário descia para o fundo dos alicerces, com uma grande folha de papel na mão. É nela que está desenhada a parte física da nova Serafim Leite.

Celestino Pinheiro

AN pinturas duas                                                                                2008 - Mona Lisa e os últimos retoques nuns olhos de trazer sempre à mão.

 

AN paulo duarte                                                                                  2008 - Trabalho de um grafiteiro convidado (Foto do professor Paulo Duarte)

--------------------------------------------------------------------------

Para ver as fotos do andamento dos trabalhos, clique em

 

Destruição e reconstrução (30 de abril e 7 de maio)

 

O estado da arte no dia 28 de maio.

 

Comunicado da Câmara Municipal de S. João da Madeira


Está em curso a ampliação e requalificação da Escola Dr. Serafim Leite, uma obra desejada há duas décadas
Os trabalhos que marcam o arranque da empreitada de requalificação da Escola Secundária Dr. Serafim Leite, em S. João da Madeira, receberam a visita do Presidente da Câmara, que considera tratar-se da “obra mais desejada” na cidade “nas duas últimas décadas”, no que foi corroborado pelos responsáveis do estabelecimento de ensino que o acompanharam. Jorge Vultos Sequeira sublinha, por isso, que estes trabalhos constituem “um marco muito importante” para a Educação no município.
A deslocação do autarca à obra que se encontra em fase de arranque na mais antiga escola secundária de S. João da Madeira realizou-se nesta terça-feira, tendo contado também com a presença da vereadora da Educação, Irene Guimarães, e do vice-Presidente da Câmara, José Nuno Vieira, além de técnicos do município e de representantes do empreiteiro a quem os trabalhos foram adjudicados por 2.655.780,00 euros (acrescidos de IVA), na sequência de concurso público lançado pela autarquia.
Como foi explicado durante a visita, os trabalhos – que “decorrem em bom ritmo e têm um prazo de execução de 540 dias –, vão incidir na reabilitação das oficinas atuais e na construção de um novo volume de três pisos, no qual se prevê que funcionem, nomeadamente, espaços dedicados ao ensino de artes e de informática.
O projeto, elaborado por técnicos da Câmara Municipal, contempla também a remoção das coberturas com amianto ainda existentes na escola, nomeadamente no pavilhão desportivo e no bloco principal, onde vai ser criado um elevador, o que, juntamente com a criação de rampas, virá melhorar as condições de mobilidade e acessibilidade da comunidade educativa.
Recorde-se que, no âmbito da reprogramação do Portugal2020, a Câmara Municipal conseguiu, no final de julho do ano passado, o reforço em cerca de 600 mil euros do financiamento comunitário para esta obra, que é comparticipada a 85% por fundos europeus, sendo a verba restante assegurada em partes iguais pelo Estado e pela autarquia sanjoanense.


https://www.cm-sjm.pt/pt/noticias/15-obras/1129-presidente-visitou-obra-da-escola-serafim-leite

 

Testemunho da vereadora Irene Guimarães


Está em curso a ampliação e requalificação da Escola Dr. Serafim Leite.
Foram décadas de sonhos, de avanços e de recuos, sentidos e vividos pelos responsáveis das várias direções, pelos alunos, pelos professores, pelos funcionários, pelos pais...
É, por isso, uma obra desejada e muito merecida!
Fui visitar os trabalhos que marcam o arranque da empreitada.
Senti uma enorme nostalgia. Contive-me, porque se lágrimas houvesse, seriam de grande alegria (foram tantos anos naqueles lugares, a compartilhar tanta coisa com tanta gente...), recordo cada um desses recantos que agora desaparece para dar lugar a novos, amplos e confortáveis espaços (... parece que vai, finalmente, acabar a mantinha de inverno nos joelhos dos alunos...).
Rejuvenesce, assim, a mais antiga escola da cidade, reforçando as boas instalações já existentes do nosso parque escolar (João da Silva Correia e Oliveira Júnior).
Há ainda muito para fazer, sabemos.
Mas S. João da Madeira merece!

 Que passem depressa (e sempre seguidinhos) os 540 dias do prazo de execução da obra.

Irene Guimarães (Vereadora do pelouro da Educação e professora do Quadro do AESL)

 

Para ver as fotos, clique em

Câmara Municipal: da assinatura do contrato à visita às obras.

 

 

 

 


 
 
 

Portal do AESL

logotipo ESCOLA EMAIL