TEATRO em terras do nosso passado («Migration on EUropean Stages»)
O programa «Erasmus» é, já, uma marca incontestável no Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite e mais inolvidável se tornou com a sua ligação ao mundo do teatro e da migração, através da iniciativa «Migration on EUropean Stages» (MEUS). Este programa conta com a parceria entre cinco países do mais velho continente do mundo (Portugal, Áustria, Noruega, Espanha e a Ilha da Reunião, em França). Para além destes factos, outra característica assinalou este programa – a primeira mobilidade decorreu numa ilha que, embora francesa, tem a sua localização no continente africano, em pleno Oceano Índico.
A comitiva da Serafim Leite era composta por duas docentes, Dina Sarabando e Lurdes Gual, e quatro alunos, do 11.º e 12.º anos (Duarte Pinho, Leonor Silva, Mafalda Pinheiro e Maria Eduarda Oliveira), os quais revelam, em comum, o seu interesse e afincado gosto pelo teatro.
Esta mobilidade, que se estendeu de 26 de março a 3 de abril, contou com uma panóplia de iniciativas que, por um lado, enriqueceu o horizonte dos alunos envolvidos no que respeita ao mundo da representação, através da realização de workshops teatrais que contribuíram para o desenvolvimento de técnicas adjacentes a esta área e para o conhecimento dos termos «engagismo» e «exogamia». Por outro lado, permitiu a apreciação e a análise de circunstâncias históricas relacionadas com a migração na ilha, uma vez que esta se associa a um fenómeno designado de «melting pot», tendo nós assistido a uma miscelânea cultural que engrandece, sem dúvida, este cantinho paradisíaco do outro lado do mundo. Os vulcões, as tartarugas, as praias, o calor tropical, o crioulo são outras marcas que associamos, de forma imediata, a esta localidade francesa.
Historicamente, foi entusiasmante a descoberta, em algumas famílias que acolheram os nossos alunos, da sua ligação a Portugal. E soube tão bem ouvir a nossa língua em terras longínquas por onde, em séculos idos, passaram os nossos marinheiros lusitanos. Há quem diga que este é um local muito próximo, geograficamente, daquele em que o nosso grande Camões imaginou a sua Ilha dos Amores» n´«Os Lusíadas». Aqui aportaram navegadores como Pedro de Mascarenhas e Vasco da Gama, nas suas viagens por terras do oriente, sempre que pretendiam abastecer as naus, galeões ou caravelas.
Na verdade, foi uma experiência que ficará, para sempre, na memória de todos aqueles que fizeram parte desta mobilidade e viemos, com certeza, com uma mão cheia de histórias para contar. Teatro, convívio, migração, cultura, navegação e conhecimento são palavras que passaram a fazer, definitivamente, parte da enciclopédia do AESL, agora, muito mais recheada.
A viagem foi ainda enriquecida com uma pequena digressão pela cidade do amor, Paris, tendo como companheira a gigantesca Torre Eiffel. Agora, será a vez de recebermos, na terra do Labor e no AESL, os nossos parceiros europeus, entre os dias 18 e 23 de abril.
Dina Sarabando e Lurdes Gual
